Portugal
Olhão: Uma cidade diferente no Algarve que vale a pena descobrir
Visitámos Olhão por acaso – a 29 de Abril, o João foi orador na conferência Iberian Technology Summit que decorreu em Olhão e por isso decidimos tirar a sexta-feira de férias e aproveitar um fim de semana prolongado.
SONHOS COR-DE-ROSA
A conferência teve lugar no Real Marina Hotel & Spa, um hotel com uma localização privilegiada, em frente à marina de Olhão. A piscina tem uma varanda grande, com uma vista lindíssima sobre o mar e o hotel pareceu-nos moderno e confortável. Apesar da conveniência de ficarmos hospedados no hotel da conferência, optámos por um hotel mais pequeno, familiar e com preços mais acessíveis – o Hotel Cidade de Olhão.
Localizado a apenas 15 minutos a pé do mercado da cidade, o Hotel Cidade de Olhão foi perfeito para um fim de semana de Primavera: renovado recentemente, marcou-nos pela simplicidade, frescura e acima de tudo, pela simpatia do staff.
A fachada azul destaca-se numa rua com edifícios maioritariamente antigos e mal preservados – verá muitos em Olhão. A receção fica no rés-do-chão num edifício lateral mas está ligada ao edifício principal onde ficam os quartos. Aberta 24 horas por dia, funciona como um bar com bebidas e snacks, aberto até às 23h. De manhã, o espaço da receção transforma-se na sala de pequeno-almoço, com vista para a piscina.
O nosso quarto, apesar de pequeno, foi perfeito para uma estadia curta, com um armário pequeno, suporte para malas, uma cadeira colorida e uma secretária, ao lado de uma cama grande e extremamente confortável. O quarto estava equipado com chaleira, um pequeno frigorífico e secador de cabelo, para além dos produtos de higiene, Castelbel. Duas janelas altas sobre a piscina deixavam entrar luz (e calor!) durante o dia, mas eram facilmente cobertas por cortinas blackout para uma noite de sono tranquila e longa. As vistas para a cidade não eram extraordinárias – mal se via a beira-mar – mas nota-se que foi feito um esforço para tornar a envolvente do hotel o mais atraente possível.
A área da piscina e muito agradável – espreguiçadeiras confortáveis, mesas de apoio modernas e muitas plantas contribuem para a atmosfera relaxante. Duas casas de banho (com chuveiros) tornam tudo mais conveniente se quiser relaxar um pouco mais na piscina após o check-out – existe uma sala de bagagens disponível.
Tomámos o pequeno-almoço no hotel apenas uma vez, uma vez que a tarifa do nosso quarto não o incluía e queríamos explorar as outras opções disponíveis na cidade. Acabou por ser uma boa surpresa, conveniente para uma manhã descontraída junto à piscina. A 9 euros por pessoa, o buffet incluía ovos mexidos, bacon, café, sumo, variedade de pão e pastelaria, fruta, iogurtes e uma seleção de presunto e queijo.
Não há estacionamento privado disponível, mas conseguimos estacionar facilmente o carro gratuitamente nas ruas próximas. Em horários mais movimentados, também existem opções de estacionamento pago em Olhão.
Tenho de reforçar a simpatia e disponibilidade da equipa – desde a limpeza até à receção, todos os elementos do staff foram sempre flexíveis, descontraídos e amáveis.
NA MINHA MALA LEVO
Visitámos Olhão no final da primavera, no fim de semana de 28 de abril a 1 de maio. As temperaturas no Algarve costumam ser mais altas do que no resto do país, e este fim de semana não foi exceção, com uma média de 25ºC todos os dias. Estava vento por isso, além de trazer fato de banho traga também um casaco leve.
PERNAS PARA QUE TE QUERO
Comece a sua visita pela Igreja de Nossa Senhora do Rosário, um impressionante edifício neoclássico, rica em detalhes, tanto no interior como no exterior. Situada no centro da cidade, perto do Hotel Cidade de Olhão, é um bom ponto de partida. Desça até à beira-mar pelas ruas estreitas da cidade até chegar ao Mercado Municipal de Olhão, conhecido pelo ambiente vibrante e pela variedade de produtos frescos. É o local perfeito para fazer compras se estiver hospedado num apartamento.
À saída do mercado, caminhe ao longo do passeio marítimo, ladeado por palmeiras, fachadas coloridas e cafés ao ar livre. Desfrute da brisa refrescante do mar, admire os barcos de pesca e mergulhe na atmosfera descontraída da cidade.
Se dispuser de uma tarde mais prolongada, embarque num passeio de barco para explorar o Parque Natural da Ria Formosa. O ecossistema único desta zona faz dela uma maravilha a não perder, classificada com importância ecológica internacional ao abrigo da Convenção sobre Zonas Húmidas de Importância Internacional (RAMSAR). Há muitas empresas de turismo a operar na Ria, disponibilizando diversos tipos de experiência.
Optámos pelo Cruzeiro das Ilhas com duração de 4 horas, por percorrer os canais da Ria Formosa de Olhão e as ilhas-barreira de Farol, Deserta, Culatra e Armona, com duas paragens (nas ilhas da Culatra e da Armona). Com um preço de 20 euros por pessoa, o cruzeiro parte às 13h do Porto Recreio de Olhão. Os bilhetes podem ser comprados online ou na Passeios Ria Formosa (onde também é feito o check-in).
O nosso cruzeiro foi orientado por um guia bem-humorado e experiente, com inúmeras histórias para partilhar – infelizmente, o nosso barco tinha um sistema de som antigo que dificultava a total compreensão da informação partilhada. Navegámos durante algum tempo até vermoso “Farol do Cabo de Santa Maria” que dá nome à Ilha do Farol. O Cruzeiro das Ilhas não para na Ilha do Farol mas percorre a sua costa até à ponta sul.
Mesmo ao lado da Ilha do Farol, verá a Ilha Deserta, também conhecida como Ilha da Barreta. Sem residentes permanentes nem edifícios, oferece um ambiente praticamente virgem. O único estabelecimento na Ilha Deserta é um restaurante chamado Estaminé. Caso queira aproveitar o tempo com mais liberdade, pode chegar tanto à Ilha do Farol como à ilha Deserta a partir de Olhão, apanhando um táxi-barco ou um ferry a partir Marina de Olhão. Lembre-se de verificar os horários do ferry, pois podem variar dependendo da época.
A primeira paragem do cruzeiro (de 1 hora e meia) é na Ilha da Culatra. Esta foi a nossa parte favorita da viagem, pela maior tranquilidade que permite. Para aproveitar bem o tempo, e apesar de a organização do cruzeiro propor que almoce num dos restaurantes da ilha (não incluído) sugerimos que traga um piquenique e atravesse a ilha a pé, pelos passadiços, para chegar à Praia da Culatra. Esta que é a principal praia da ilha, estende-se ao longo da costa e oferece muito espaço para banhos de sol, mergulhos e atividades na praia. A maior dificuldade que tivemos foi encontrar uma casa de banho – talvez por ser época baixa, as casas de banho da praia não estavam a funcionar.
A segunda e última paragem do cruzeiro é na Ilha de Armona. Esta paragem curta de 30 minutos é ideal para um gelado, que pode comprar em qualquer um dos cafés ou na gelataria local. É a menos desenvolvida das 3 ilhas principais – depois de uma curta caminhada pela rua principal, estávamos prontos para regressar a Olhão.
Apesar de termos gostado do cruzeiro, por nos ter permitido conhecer a Ria Formosa em pouco tempo, e visitar algumas das suas ilhas mais famosas, recomendamos que escolha apenas uma ilha (a nossa sugestão é a Ilha da Culatra) e que apanhe um ferry para passar o dia com mais tranquilidade, simplesmente disfrutando da paisagem.
DE COMER E CHORAR POR MAIS
Olhão tem uma grande variedade de restaurantes, que certamente vão satisfazer todos os gostos e orçamentos.
Embora normalmente optemos pela cozinha tradicional de cada região – peixe e marisco frescos no Algarve são imprescindíveis – desta vez fizemos algumas concessões, por sermos parte de um grupo de amigos e termos que cumprir o horário da conferência. Talvez não tenhamos tido tempo suficiente para explorar o centro da cidade, mas saímos com a sensação de que existem mais restaurantes e cafés internacionais do que portugueses – não conseguimos encontrar uma boa pastelaria / café para o pequeno-almoço por exemplo, e mesmo ao jantar concluímos que o investimento está na cozinha internacional.
Petiscais Olhão
Localizado no cais coberto da Estação Ferroviária de Olhão, um edifício centenário agora totalmente restaurado, o Petiscais proporciona uma experiência fantástica de partilha de pratos, com a sua cozinha criativa dando um toque mediterrânico a uma seleção cuidada de produtos sazonais. O proprietário do restaurante, um contador de histórias nato, recebe os seus convidados com um orgulho bem merecido no seu trabalho e oferece conselhos valiosos sobre o que e como pedir.
Para um grupo de 4 pessoas, optámos pelo queijo frito com marmelada, com a sua crosta crocante a contrastar com o interior suave; amêijoas, num molho saboroso onde mergulhámos o pão tradicional sem deixar uma única migalha; camarões fritos com alho, mostarda e molho de laranja, o favorito absoluto da festa; e tiras de entrecosto em molho chimichurri. Acompanhámos com um vinho original Fatbaron da região de Setúbal. Para sobremesa, brownies de chocolate para agradar a todos, embora eu sugira que experimente a sobremesa mais tradicional do menu – pêra bêbada. Note-se que o menu diferia do que estava no site ou no Google Maps, embora o conceito se mantenha bastante semelhante.
Certifique-se de ligar com antecedência para fazer uma reserva – o Petiscais é bastante popular depois de ter sido reconhecido pelo Boa Cama – Boa Mesa.
Figo de Pita Olhão
O nosso lugar favorito para o pequeno-almoço, com uma atmosfera muito acolhedora. Estava cheio quando chegámos no domingo de manhã, por isso fomos gentilmente avisados de que poderia levar algum tempo para o nosso pedido ser atendido. A equipa é pequena (havia apenas 1 empregada de mesa para todas as mesas), por isso a nossa recomendação é que visitem quando não estiverem com pressa e tenham tempo suficiente para desfrutar da música calma ao fundo, ler um livro e relaxar.
Pedimos 1 brunch + 1 tosta para dois, com 1 sumo de laranja. O brunch incluía uma tosta com um acompanhamento à escolha (optámos por presunto parma e queijo branco), 1 panqueca com compota/molho à escolha, 1 taça pequena de iogurte com granola, sumo e 1 bebida quente. Ambas as tostas estavam excelentes, com destaque para o pão de fermentação natural. A massa da panqueca tinha uma consistência perfeita e a compota tradicional de abóbora que a acompanhava era a cereja no topo do bolo.
Mogno – Your natural Choice Olhão
Uma opção adequada para um pequeno-almoço tardio, brunch ou almoço leve à beira-mar. O seu menu amplo e variado inclui poke bowls, bruschettas, sanduíches, ovos e panquecas. Visitámos cedo, ao pequeno-almoço, e optámos pelos ovos benedict com sumo do dia e pelo pequeno-almoço inglês (feijão, bacon e ovos mexidos) com 1 sumo de laranja. Bem servido e saboroso, sem ser extraordinário quando comparado com tantos outros lugares semelhantes no mundo. Tanto a decoração como o menu são bastante convencionais.
Hola Torito Olhão
Localizado à beira-mar, num armazém renovado, o Hola Torito é um lugar amigável e animado. O menu era variado, incluindo guisados, quesadillas, burritos e tacos, com opções mais tradicionais e menos convencionais disponíveis. Divertido, cumpre caso lhe apeteça confort food, sem ser extraordinária.
Contactos
Real Marina Hotel and Spa
Hotel Cidade de Olhão
Mogno - Your natural choice
Figo de Pita
Petiscais
Hola Torito
Como chegar e o que ver
Conclusão
Olhão surpreende pelos traços que mantém de vila piscatória e pela porta aberta para a Ria Formosa que constitui. Há várias opções de alojamento disponiveis, além do Hotel Cidade de Olhão em que ficámos e numa proxima gostavamos de explorar com mais calmas a Ilha Deserta e as águas cristalinas das praias da Culatra.
Francisca Peixoto
A Francisca é uma amante de viagens, que combina o seu talento natural para o planeamento com uma rigorosa atenção aos detalhes, não deixa nada ao acaso nas nossas aventuras. Seja a criar o itinerário perfeito, a descobrir lugares maravilhosos ou a procurar a melhor experiência culinária, a organização impecável de Francisca torna todas as nossas viagens inesquecíveis. Quando não está a viajar, gosta de passar tempo com a familia e amigos. É a anfitriã perfeita, adora juntar pessoas e sabe como proporcionar jantares memoráveis. É super ocupada, por isso desafio-te a tentar marcar algo na sua agenda sem pelo menos uma semana de antecedência. Acredita em mim, não vai ser uma tarefa fácil!